sábado, 17 de dezembro de 2011

Reconhecemos que a politica precisa de politicos com a visão renovada.

Série Vereadores – Murilo Ferreira

Walace Torres Jornalista


“A atuação do parlamentar municipal ainda está muito vinculada à resolução de pequenas demandas sociais”
Murilo Ferreira
Primeiro mandato
Eleito pelo PDT com 2.796 votos

O senhor tem dito que não será candidato à reeleição. Vai manter essa posição?
Com certeza, um compromisso que já tinha assumido no ano passado. Desde que resolvi disputar uma eleição para deputado federal, eu já tinha em mente de não disputar a reeleição. Então não serei candidato a vereador nas eleições de 2012.
Algum motivo especial, além do fato de ter tentado uma nova esfera do Legislativo e não ter obtido sucesso?
Eu acredito que os cargos não são para serem perpetuados. A gente viveu um momento de algumas discussões e alinhamento interno no partido e entendo que seja positivo nesse momento eu auxiliar mais na parte política, organizacional, do que propriamente disputar uma eleição de vereador. Eu vejo que hoje o vereador ainda está muito ligado à atividade de representação direta, mais assistencial, mais pontual em virtude de não haver espaço realmente para um debate político mais aprofundado, mais programático. Infelizmente, a atuação do parlamentar municipal no Brasil ainda está muito vinculada à resolução de pequenas demandas sociais. Esse não é muito o meu perfil de atuação política e que até me trouxe algum tipo de decepção com o Legislativo municipal.
O senhor chegou a lançar uma pré-candidatura a prefeito e teve de recuar. Isso o decepcionou na época, gerou desconforto interno, tendo que respeitar ordens superiores dentro do PDT?
O meu trabalho é sempre para fortalecer o partido e foi isso que fizemos no período de filiações. Compusemos um grupo que vai ter representatividade expressiva no próximo ano. Existia algum tipo de posicionamento divergente internamente que foi superado. Hoje, tanto eu quanto o deputado Tenente Lúcio temos caminhado juntos, fizemos um compromisso de atuarmos com forças conjuntas para fortalecer o grupo e não no sentido de disputarmos internamente força política. Hoje, ele é o presidente do diretório e eu sou o primeiro vice-presidente e assim estamos trabalhando em conjunto.
Ainda faz parte dos seus planos tentar uma nova eleição para deputado?
O momento nosso político é positivo. Nós montamos um grupo formado por cinco partidos que poderá ser decisivo no processo eleitoral do próximo ano. Hoje fazemos parte da base de sustentação do prefeito com um bloco parlamentar formado por quatro vereadores do PSDC, PPL e PDT. Para 2012, temos uma projeção de buscar aumentar nossa representatividade na Câmara e estamos construindo um trabalho de formação das bases comunitárias e fomento de novas lideranças. Devemos sair com 108 candidaturas no ano que vem em duas coligações proporcionais. Se for legitimado, futuramente, a gente representar esse grupo, o nome estará à disposição do partido.
A Câmara aprovou o salário de R$ 15 mil para a próxima legislatura e criou mais seis vagas de vereador, mas continuará a receber 4,5% do orçamento municipal.
Houve uma orientação que partiu da mesa diretora e que foi acatada pelo nosso bloco no sentido de confirmar o reajuste nos porcentuais colocados. Eu aprendi na política a respeitar a maioria e acatei a decisão. Acredito que hoje o grande problema da política no Brasil não é a questão do salário dos agentes políticos e sim da corrupção, que é endêmica e contamina todo o processo político eleitoral. O reajuste foi feito por um efeito que vem desde que os deputados federais reajustaram os salários deles. Isso vai descendo, vem para as assembleias legislativas e depois para os vereadores. Tem que haver uma desvinculação desse reajuste de quatro em quatro anos e, em efeito cascata, para que haja uma correção natural anualmente, como é feito com outras categorias profissionais.

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