quinta-feira, 8 de março de 2012

PM faz ronda especial para vigiar bancos particulares


Policiais têm de entrar em agências e coletar as assinaturas dos gerentes
Para o comandante da PM, Álvaro Batista Camilo, e a Febraban, não há conflito entre o público e o privado
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
A Polícia Militar criou um serviço especial para fazer a segurança dos bancos privados no Estado de São Paulo.
A chamada "ronda bancária" é uma operação policial na qual dois PMs são obrigados a patrulhar diariamente sete agências bancárias.
Mesmo os bancos sendo instituições privadas, a dupla de PMs é obrigada a pegar uma assinatura e um carimbo do gerente de cada agência visitada para poder comprovar aos seus chefes na polícia que fizeram a ronda.
Segundo um desses documentos, obtido pela Folha, "a guarnição [dupla de PMs] deverá rondar pelo menos sete agências bancárias por dia, durante o referido período constante nessa ordem [relação de agências], preenchendo a planilha de ronda e colhendo a assinatura e carimbo do (a) gerente".
Os documentos da PM também mostram que policiais dos 3º, 12º e 46º Batalhões, que atendem a região do bairro do Morumbi, zona oeste paulistana, e alguns dos bairros da zona sul devem visitar 15 bancos a cada dia.
Um dos PMs destacados para fazer a ronda bancária na zona sul disse à Folha, sob condição de anonimato, já que ele pode ser punido por dar entrevista sem autorização do comando-geral da PM, que há evidente conflito entre o interesse público e o privado.
Segundo ele, há casos em que os PMs ficam quase uma hora esperando os gerentes de determinadas agências bancárias para assinarem e carimbarem a planilha que comprava que eles fizeram a ronda naquele local.
A Folha mostrou em fevereiro que os bancos iniciaram um processo de retirada das portas com detectores de metal -motivado pela queda no número de roubos e por processos por causa do travamento do equipamento.
OUTRO LADO
Segundo o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, a ronda bancária não configura conflito entre o público e o privado porque "há um interesse da sociedade na questão da segurança pública por conta dos crimes cometidos dentro e ao redor dos bancos".
"A operação é alvo de um estudo do Comando da PM. Nosso objetivo sempre é fazer com que o cidadão seja beneficiado. Não há conflito entre o público e o privado", disse.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou que "a parceria com a PM visa desenvolver um trabalho em conjunto para reduzir o delito de roubo aos usuários do sistema bancário nas proximidades das agências, cujos locais apresentam maior incidência criminal."
0 comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário