MLST bloqueia rodovias em MG para lembrar triplo homicídio
Eles ficaram cerca de 40 minutos em cinco rodovias.
Os sem-terra aproveitaram o sétimo dia de morte em distrito de Uberlândia.
Duas vítimas foram mortas dentro de veículo (Foto:
Reprodução/TV Integração)
Representantes de movimentos sociais pela terra bloquearam cinco rodovias na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba na tarde desta sexta-feira (30) para pedir a solução do triplo homicídio de coordenadores do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). O crime ocorreu em uma estrada de terra a 60 quilômetros de Uberlândia, próximo ao Distrito de Miraporanga, no último sábado (24). Os sem-terra aproveitaram o sétimo dia da morte para fazer a manifestação simbólica.Reprodução/TV Integração)
Nesta tarde os integrantes do movimento invadiram as pistas às 14h em silêncio e ficaram cerca de 40 minutos. “Entramos em silêncio para fazer uma reflexão sobre o que aconteceu”, afirmou o coordenador nacional do MLST, Ismael Costa. As rodovias BR-153, no município de Prata, a MG-497, nos municípios de Uberlândia e Iturama, a BR-365, em Araxá, a BR-050, entre Uberaba e entre Araguari, e a MG-452 foram invadidas por membros do movimento.
Costa afirmou que a manifestação foi organizada para lembrar que o crime ainda precisa de uma solução e reforça, inclusive, o pedido de participação da Polícia Federal no caso. “Estamos cobrando também o governo, pois temos medo de que este seja mais um crime sem solução”, afirmou.
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O casoUm homem e um casal foram executados à queima roupa depois de serem surpreendidos dentro de um carro. Uma criança de cinco anos presenciou o triplo assassinato. Ela é a única testemunha do crime e foi a responsável por pedir socorro.
Na segunda-feira (26), representantes de vários movimentos sociais foram até o Ministério Público Estadual (MPE) pedir justiça pelo assassinato dos coordenadores do MLST. A Polícia Civil de Minas Gerais investiga o triplo homicídio dos militantes.
A criança de cinco anos, única sobrevivente, também foi levada ao Ministério Público enrolada em uma bandeira do movimento. O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Calazans, afirmou que um tempo antes chegou a ser procurado pelo casal assassinado. Na época, eles pediram uma vistoria na fazenda São José dos Cravos para constatá-la improdutiva.
O delegado Samuel Barreto revelou que a Polícia Civil está trabalhando com duas linhas de investigação, porém, ele não comentou quais são alegando sigilo para que o inquérito não seja comprometido. “Os laudos de necropsia foram providenciados e as oitivas de três pessoas conduzidas à delegacia e outras ações já foram tomadas”, afirmou.
O delegado Samuel Barreto, juntamente com os delegados de Homicídios, Rogério Martinez, de Uberlândia, e Claivison Resende, de Belo Horizonte, avaliaram os laudos de necropsias. Os documentos apontaram que todos foram mortos com tiros na cabeça provenientes de um revólver Calibre 38. No total, foram seis tiros, dois em cada vítima. Esta informação foi obtida com base nos projéteis encontrados nos corpos.
Histórico
Os membros do MLST assassinados coordenavam um acampamento em Uberlândia. A fazenda São José dos Cravos é uma área de conflito que foi ocupada há três meses por 80 famílias. Mesmo realizando uma audiência no início deste mês o Incra não conseguiu diminuir o clima de tensão da propriedade.
A área ocupada tem 1.500 hectares e está arrendada à Usina Vale do Tijuco, com sede na cidade de Ribeirão Preto (SP). A empresa já havia entrado na Justiça com pedido de reintegração de posse.
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