domingo, 8 de abril de 2012

De office boy no Praia Clube a dono de confecção


José Maurício se considera saudosista apaixonado por Uberlândia
As ruas eram estreitas e tranquilas. Quase não passava gente. A cidade era inocente e não tão desenvolvida como é hoje. É assim que José Maurício Ferreira, 63 anos, se recorda da Uberlândia das décadas de 50 e 60. A população passava de pouco mais de 100 mil habitantes e aos poucos o setor industrial ia crescendo. As lembranças do bairro Martins, onde foi criado, são como fotografias na cabeça dele. “Eu sou saudosista. Lembro-me com alegria da infância, das brincadeiras, dos colegas. A inocência da cidade, que já deixou de ser inocente há bastante tempo. E das pessoas, que eram mais bairristas”, disse.
Filho do tropeiro uberlandense José Ferreira e da dona de casa montealegrense Maria Ruth Resende, José Maurício teve como ponto marcante da infância e começo da adolescência o Uberlândia Tênis Clube (UTC), onde por muitos anos fez natação. “Daquele tempo lembro do meu professor Mário, que me ensinou a nadar”, disse. Mais tarde, o aluno se formaria em Educação Física, profissão que exerceu por pouco tempo.
Na adolescência, os momentos marcantes foram as marchinhas de Carnaval. “Sou do tempo em que havia o Carnaval de rua na cidade. Depois tinha comemoração no Clube do Cedro, que ficava na esquina da avenida Afonso Pena com a rua Olegário Maciel. E também no Praia Clube e no Uberlândia Clube. Eram bons tempos”, afirmou.
O crescimento acelerado da cidade, que em cinco décadas viu um aumento populacional de quase sete vezes, passando de 100 mil para cerca de 700 mil habitantes, foi positivo na opinião de José Maurício. “A cidade se desenvolveu bastante daquela época para cá, muito mais para o lado do bem. O crescimento industrial e as oportunidades de trabalho trouxeram gente de fora. Acho que isso sempre foi bom para a cidade”, disse.
A carreira profissional de José Maurício foi eclética. De 1963 a 1971 foi funcionário do Praia Clube, onde trabalhou na secretaria como office boy. Depois, passou por controlador de produção em uma oficina e hoje é proprietário de uma empresa de confecções que produz uniformes para empresas, localizada nos fundos da casa em que mora com a família. Para ele, a trajetória foi suficiente para dar experiência de vida e enxergar a cidade de outra forma. “Vivi em um período no qual a cidade era menor, mais simples. Hoje penso que Uberlândia está completa. Não falta mais nada. A cidade é desenvolvida, tem empregos, grandes construções e mais prosperidade para a população. Agora é aproveitar isso e continuar o desenvolvimento, não pode parar”, disse.
A única mudança que ele faria seria na situação territorial do município, que pelo ponto de vista dele deveria ser diferente. “Acho que o Triângulo Mineiro já poderia estar separado de Minas Gerais há muito tempo. Tínhamos que criar um Estado independente”, afirmou.
Casado com Rachel Queiroz e pai de dois filhos médicos, César Augusto e Renato, José Maurício já é avô de Artur. Para as atividades de lazer, um dos lugares preferidos, hoje em dia, é o Praia Clube. “Gosto de me divertir e de frequentar jantares dançantes”, disse. Passeios com a família também estão na lista de atividades favoritas.

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